A pessoa com alfabetismo rudimentar é capaz de localizar informações explícitas, expressas de forma literal, em textos compostos essencialmente de sentenças ou palavras que exploram situações familiares do cotidiano. Além disso, consegue comparar, ler e escrever números familiares (horários, preços, cédulas/moedas, telefones) identificando o maior e o menor valor. Também tem aptidão para resolver problemas simples do cotidiano envolvendo operações matemáticas elementares e estabelecer relações entre grandezas e unidades de medida.
Situação no Brasil
Ao longo dos anos de aplicação do Inaf, houve uma redução da proporção de brasileiros e brasileiras no nível rudimentar (que fazem um uso bastante limitado da leitura, da escrita e das operações matemáticas em suas tarefas do cotidiano), de 27%, em 2001-2002, para um patamar estabilizado de pouco mais de 20% desde 2009).
Com os avanços de aprendizagem conquistados nos níveis 1 (analfabeto) e 2 (rudimentar), a redução de analfabetos funcionais foi de 10 pontos percentuais. Isso significa que aproximadamente 14,5 milhões de pessoas de 15 a 64 anos deixaram de figurar nessa condição nas últimas duas décadas.
Conheça abaixo outros dados sobre o nível rudimentar de alfabetismo funcional.
54%dos que têm até o 5º ano estão no nível rudimentar
3%dos que têm nível rudimentar chegaram à faculdade
48% afirmam trabalhar,entre os indivíduos que têm alfabetismo rudimentar
53% foram
à internetpelo menos uma vez ao longo dos três meses anteriores à pesquisa
80% têm celular,entre os indivíduos posicionados no nível rudimentar de alfabetismo
Não basta o acesso à escola
A evolução dos percentuais em cada nível de alfabetismo tem forte correlação com a escolaridade da população. Mas estar na escola não tem sido fator suficiente para que todos os indivíduos avancem como poderiam no nível de alfabetismo funcional. A qualidade educacional, como mostram as avaliações de larga escala realizadas pelo governo, vem se mostrando mais efetiva somente nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Mas não há inércia nesse processo. É preciso investir também na melhoria da qualidade nos anos finais e no Ensino Médio. Caso contrário, a própria escola continuará gerando analfabetos funcionais ou alfabetizados em nível elementar, que não conseguem desenvolver todo seu potencial como cidadãos.