Não há diferença significativa entre homens e mulheres em termos de alfabetismo funcional, sendo que as mulheres mostram indicadores ligeiramente mais favoráveis. Enquanto elas representam 52% do total da população brasileira entre 15 e 64 anos, a proporção de mulheres entre os que apresentam o nível proficiente da escala é de 53%.
Os níveis de alfabetismo entre os grupos étnico-raciais que compõem a população brasileira refletem a desigualdade educacional que marca a Educação do país: a população negra (pretos e pardos) tem, em média, menor escolaridade do que a branca. O Inaf corrobora tendências verificadas pelos estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentre as pessoas que se autodeclaram brancas, 15% têm no máximo quatro anos de escolaridade; já entre os que se declaram pardos e pretos essa proporção é, respectivamente, de 21% e 25%. Essas desigualdades explicam em parte a diferença nos níveis de alfabetismo entre os grupos raciais no Brasil.
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Os mais jovens têm nível de alfabetismo funcional significativamente superior ao dos segmentos de idades mais avançadas, um reflexo de políticas educacionais de expansão do atendimento na Educação Básica de crianças e adolescentes nas últimas décadas. Ao mesmo tempo, ficam evidentes os fracos resultados das políticas educacionais voltadas aos adultos.
O Inaf evidencia diferenças significativas entre as regiões brasileiras, também correlacionadas à escolaridade. No entanto, vale notar que a região Sudeste, embora com níveis de escolaridade mais altos do que as demais regiões, concentra, por ser a mais populosa, quase um terço dos analfabetos funcionais do país.
Ao analisar os resultados conforme as quatro faixas de tamanho da população consideradas pelo Inaf, a conclusão é a de que nos municípios menores, com até 20 mil habitantes, a proporção de analfabetos funcionais é significativamente maior do que naqueles com mais de 500 mil habitantes.
Na amostra do Inaf, os municípios estão distribuídos em três condições: interior, periferia dos grandes centros e capitais. Observa-se uma maior concentração de analfabetos funcionais nos municípios do interior do país.