O indivíduo proficiente, no topo da escala de alfabetismo funcional, elabora textos de maior complexidade (mensagem, descrição, exposição ou argumentação) com base em elementos de um contexto dado e opina sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto. É capaz de interpretar tabelas e gráficos envolvendo mais de duas variáveis, compreendendo a representação de informação quantitativa (intervalo, escala, sistema de medidas) e reconhecendo efeitos de sentido (ênfases, distorções, tendências, projeções). A pessoa proficiente também está apta a resolver situações-problema relativas a tarefas de contextos diversos, que envolvem diversas etapas de planejamento, controle e elaboração e que exigem retomada de resultados parciais e o uso de inferências.
Situação no Brasil
Desde a primeira edição do Inaf, realizada em 2001-2002, a parcela da população no nível proficiente, o mais alto do alfabetismo funcional, oscila em torno dos 12%. Persistente ao longo de duas décadas, essa estagnação indica que o topo da escala, assim como em outras áreas da sociedade brasileira, parece reservado a uma pequena parcela da sociedade.
As movimentações ao longo desses anos nos níveis mais baixos, ainda que positivas, acabam limitadas por um teto qualitativo, retrato da desigualdade econômica e social marcante na história brasileira. Esse comportamento dos resultados indica à sociedade em geral, e sobretudo aos gestores públicos e formuladores de políticas públicas, que é preciso ser mais ambicioso nos projetos que visam ao desenvolvimento do país.
Uma boa parcela da população pesquisada pelo Inaf já deixou a escola. Portanto, além do investimento maior e mais qualificado na melhoria da educação, é preciso transformar os espaços e contextos não escolares em ambientes promotores de aprendizagem.
Veja abaixo outros dados sobre o nível proficiente de alfabetismo funcional.
50%dos proficientes alcançaram a Educação Superior
53%dos indivíduos proficientes são mulheres
62% dos proficientessão jovens entre 15 a 34 anos, enquanto apenas 10% têm 50 anos ou mais
68% dos proficientesdeclaram ter renda familiar de até 5 salários mínimos
71% dos proficientesdeclaram estar empregados
É muito pouco
Em 2018, dos 144,7 milhões de brasileiras e brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, apenas 17,4 milhões alcançaram o nível 5 de proficiência em alfabetismo funcional. Essa insuficiência é ainda mais preocupante quando são observados os dois níveis mais baixos da escala, que compõem o grupo de analfabetos funcionais. Neles, estão cerca de 43,4 milhões de pessoas. O desafio de proporcionar o desenvolvimento pessoal desse contingente é imenso e requer a participação de toda a sociedade.