Ilustração para o número 2
Funcionalmente alfabetizado

Nível proficiente

10% da população brasileira 15 a 64 anos (Inaf 2024)

O indivíduo proficiente, no topo da escala de alfabetismo funcional, elabora textos de maior complexidade (mensagem, descrição, exposição ou argumentação) com base em elementos de um contexto dado e opina sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto. É capaz de interpretar tabelas e gráficos envolvendo mais de duas variáveis, compreendendo a representação de informação quantitativa (intervalo, escala, sistema de medidas) e reconhecendo efeitos de sentido (ênfases, distorções, tendências, projeções).

A pessoa proficiente também está apta a resolver situações-problema relativas a tarefas de contextos diversos, que envolvem diversas etapas de planejamento, controle e elaboração e que exigem retomada de resultados parciais e o uso de inferências. Espera-se que reconheçam elementos textuais e quantitativos que permitam avaliar indícios para avaliar a veracidade de uma narrativa ou informação, situações que implicam em riscos (vírus, golpes, links, mensagens enviadas, fake news) e elaborem textos (mensagem/post, descrição, exposição ou argumentação) com base em elementos do texto ou contexto dado.

Situação no Brasil

Desde a primeira edição do Inaf, realizada em 2001-2002, a parcela da população no nível proficiente, o mais alto do alfabetismo funcional, é de, em média, 11%. Persistente ao longo de duas décadas, essa estagnação indica que o topo da escala, assim como em outras áreas da sociedade brasileira, parece reservado a uma pequena parcela da sociedade.

As movimentações ao longo desses anos nos níveis mais baixos, ainda que positivas, acabam limitadas por um teto qualitativo, retrato da desigualdade econômica e social marcante na história brasileira. Esse comportamento dos resultados indica à sociedade em geral, e sobretudo aos gestores públicos e formuladores de políticas públicas, que é preciso ser mais ambicioso nos projetos que visam ao desenvolvimento do país.

Uma boa parcela da população pesquisada pelo Inaf já deixou a escola. Portanto, além do investimento maior e mais qualificado na melhoria da educação, é preciso transformar os espaços e contextos não escolares em ambientes promotores de aprendizagem.

Veja abaixo outros dados sobre o nível proficiente de alfabetismo funcional.

54%alcançaram a Educação Superior

53%são homens

52% se autodeclararam brancos

59% têm entre 20 e 39 anos

37% declaram renda familiar superior a 5 salários mínimos

Pontos de atenção

É muito pouco

Em 2024, dos mais de 140 milhões de brasileiras e brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, apenas 10% alcançaram o nível Proficiente de alfabetismo. Essa insuficiência é ainda mais preocupante quando são observados os dois níveis mais baixos da escala, que compõem o grupo de analfabetos funcionais. Neles, estão cerca de 40 milhões de pessoas. O desafio de proporcionar o desenvolvimento pessoal desse contingente é imenso e requer a participação de toda a sociedade.

Veja mais em Resultados Inaf
Anterior Próximo

Reflexões e Perspetivas

Nesta seção, você encontra artigos de opinião, podcasts e textos analíticos que debatem os recortes temáticos produzidos com base nos resultados do Inaf.