É considerado alfabetizado no nível intermediário o indivíduo capaz de localizar informação expressa de forma literal em textos diversos (jornalístico e/ou científico) realizando pequenas inferências. Ele também está apto a resolver problemas matemáticos envolvendo porcentagem e proporção, que exigem critérios de seleção, elaboração e controle. Além disso, o alfabetizado intermediário interpreta e elabora síntese de textos diversos (narrativos, jornalísticos ou científicos), relacionando regras com casos particulares, reconhece evidências e argumentos e confronta a moral da história com a própria opinião ou com o senso comum. Por fim, ele reconhece o efeito de sentido ou estético de escolhas lexicais ou sintáticas, de figuras de linguagem ou de sinais de pontuação.
Situação no Brasil
Até 2007, a porcentagem de indivíduos no nível intermediário de alfabetismo funcional oscilou em torno dos 21%. Em 2009, subiu para 27% mas, nos anos seguintes, estabilizou-se no patamar dos 25%. Enquanto isso, o nível elementar, imediatamente anterior, foi represando a maior parte da população, subindo de 27% em 2001 para 42% em 2015, encerrando a série histórica nos 34%, em 2018. O nível elementar é o que mais concentra indivíduos atualmente. Há, portanto, uma nítida barreira que impede o deslocamento para os níveis superiores da escala, mesmo que a população tenha cada vez mais escolaridade.
Veja abaixo mais dados sobre o nível intermediário de alfabetismo funcional.
33%dos intermediários têm entre 15 e 24 anos
33%dos que chegam ao Ensino Médio são intermediários
52% são mulheres,entre os indivíduos no nível intermediário de alfabetismo funcional
86% têm até 49 anos,entre os indivíduos do nível intermediário de alfabetismo funcional
48% vivem no Sudeste,enquanto apenas 16% moram no Centro-oeste ou no Norte
Escolaridade não é garantia
Para se ter uma ideia de como são variados os efeitos da escolaridade no Brasil, das pessoas que alcançaram os anos iniciais do Ensino Fundamental, 7% conseguiram atingir o nível 4 (intermediário) de alfabetismo funcional no Inaf 2018. Enquanto isso, dos indivíduos com Educação Superior, dos quais se espera o nível máximo de proficiência, 37% ainda se encontram no nível intermediário, 25% estão mais abaixo, no nível elementar, e 4% figuram no nível rudimentar de alfabetismo funcional.